E agora? Depois que tudo terminou o que vai fazer o professor? Vai esquecer que é professor? melhor, esquecer que é filósofo? Pode parecer estranho, mas quem é professor, por mais que tenha distinção entre suas diversas vivências ele continuará sendo professor para seus alunos, alguns, eternos alunos. Por isso, durante o período de férias não se tira férias do conhecimento, é neste período que o professor tem um tempo maior para aproveitar e se aprofundar em alguns assuntos de seu interesse e interesse daqueles que são de sua responsabilidade. Um professor pode ficar algum tempo longe de suas atribuições, mas é temeroso que abandone seu olhar atento, sua visão crítica do mundo e passe a se contradizer frente aos que foram seus alunos. Não é preciso filosofar sempre, mas é impossível parar de pensar. Boas férias.
Responsável - Rosemiro A. Sefstrom
http://www.sofilosofia.com.br/vi_sala.php?id=27
"TODA A NOSSA EXISTÊNCIA É UMA BUSCA. MESMO QUE NÃO TENHAMOS CONSCIÊNCIA DAQUILO QUE BUSCAMOS."
domingo, 14 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
DIFICULDADE DE GOVERNAR
1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
"As revoluções se produzem nos becos sem saída." [ Bertold Brecht ]
http://www.astormentas.com/brecht.htm
________________________________________
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
"As revoluções se produzem nos becos sem saída." [ Bertold Brecht ]
http://www.astormentas.com/brecht.htm
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
PRINCÍPIO DE INCERTEZA E DEMOCRACIA
Ao mesmo tempo em que os postulados dispostos por E. Morim é de difícil entendimento. Quando assimilados trazem certo conforto para nossas consciências culpadas. Uma sobrecarga de responsabilidade está colocada sobre os profissionais da educação, e muitas frustrações ocorrem. Planejamos, projetamos..., e o resultado na maioria das vezes não sai como o esperado. Isso acontece porque ordem e desordem coexistem, e ambas são geradoras do novo. Novo que não pode necessariamente ser determinado a priori.
Nosso modelo educacional, apesar das críticas feitas ao regime militar, ainda é militarizado, ainda funciona obedecendo ao princípio da ordem e da hierarquia. Ou seja, somos conservadores, sentimos a necessidade de ter controle sobre o produto do nosso trabalho. Esquecendo que podemos direcionar, mas não podemos determinar consciências.
Numa linha de produção as anomalias são descartadas pelo controle de qualidade; na educação as “anomalias” obrigam a rever o processo de produção. Não podemos descartar seres humanos, mas descartamos métodos e receitas pedagógicas insatisfatórias. Isso, no entanto, sem nos desfazermos de nossas estruturas mentais que foram “formadas” dentro de uma “ordem”. Portanto, essas mesmas estruturas mentais são incapazes de perceber a desordem como algo positivo e necessário ao processo educativo criativo e edificante.
Nossos prédios escolares, projetados para atender a demanda da produção em série, reproduziu e continua reproduzindo o modelo fordista/taylorista na educação. Da mesma forma ocorre na organização da escola, onde até mesmo a disposição das carteiras na sala de aula continua militarizada, onde o professor “bom”, ainda, é aquele que consegue manter a turma sob controle.
A fragmentação do ensino em “matérias” separadas “independentes” foi uma adaptação das linhas de produção e montagem industrial, e que se generalizou em todos os níveis do processo ensino/aprendizagem.
Esse comentário se faz necessário para percebermos, que no caso da educação, a reforma de base não significa alterar a educação básica simplesmente, mas o ensino superior, que é de onde deve sair pensadores globalizados para atuarem nas séries iniciais, pensadores com uma nova estrutura mental para formarem uma nova estrutura nas bases.
Exercitemos pensar a longo prazo, porque o universo não tem pressa. Devemos aproveitar a aparente desordem para projetar uma ordem possível, e não determinada.
Nosso modelo educacional, apesar das críticas feitas ao regime militar, ainda é militarizado, ainda funciona obedecendo ao princípio da ordem e da hierarquia. Ou seja, somos conservadores, sentimos a necessidade de ter controle sobre o produto do nosso trabalho. Esquecendo que podemos direcionar, mas não podemos determinar consciências.
Numa linha de produção as anomalias são descartadas pelo controle de qualidade; na educação as “anomalias” obrigam a rever o processo de produção. Não podemos descartar seres humanos, mas descartamos métodos e receitas pedagógicas insatisfatórias. Isso, no entanto, sem nos desfazermos de nossas estruturas mentais que foram “formadas” dentro de uma “ordem”. Portanto, essas mesmas estruturas mentais são incapazes de perceber a desordem como algo positivo e necessário ao processo educativo criativo e edificante.
Nossos prédios escolares, projetados para atender a demanda da produção em série, reproduziu e continua reproduzindo o modelo fordista/taylorista na educação. Da mesma forma ocorre na organização da escola, onde até mesmo a disposição das carteiras na sala de aula continua militarizada, onde o professor “bom”, ainda, é aquele que consegue manter a turma sob controle.
A fragmentação do ensino em “matérias” separadas “independentes” foi uma adaptação das linhas de produção e montagem industrial, e que se generalizou em todos os níveis do processo ensino/aprendizagem.
Esse comentário se faz necessário para percebermos, que no caso da educação, a reforma de base não significa alterar a educação básica simplesmente, mas o ensino superior, que é de onde deve sair pensadores globalizados para atuarem nas séries iniciais, pensadores com uma nova estrutura mental para formarem uma nova estrutura nas bases.
Exercitemos pensar a longo prazo, porque o universo não tem pressa. Devemos aproveitar a aparente desordem para projetar uma ordem possível, e não determinada.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
PENSAMENTO POSITIVO OU AUTOCONVENCIMENTO
Dois filmes foram e estão sendo assistidos em larga escala nos Estados Unidos e também no Brasil, “Quem somos nós” e “O segredo”. Este último dá ênfase ao pensamento positivo. O estranhamento não é o fato de se ter produzido um material dessa natureza, mas a sua recepção como algo inédito. O que não se percebe é que se trata de um grande equívoco. Além de não apresentar nada de novo, ele subverte a proposta original.
A proposta original foi assinalada por Jesus Cristo e outros sábios da antiguidade. Jesus nos advertiu de que quando tivéssemos a fé do tamanho de uma semente de mostarda seriamos capazes de transpor montanhas. A propósito, o que é a fé senão a positividade do pensamento e dos sentimentos, que dá ao ser a certeza de estar fazendo o seu melhor possível e que o retorno será o merecido, segundo a ordem natural das coisas, ou seja, a lei de causa e efeito.
O que distingue os dois casos e caracteriza “O segredo” como um equívoco é que ele confunde pensamento positivo com autoconvencimento. Ora o que caracteriza as neuroses é exatamente o autoconvencimento do indivíduo de que ele é inferior aos outros, de que é incapaz de superar obstáculos, que sua vida não tem sentido, que não é amado por ninguém, que os seus projetos (desejos) nunca serão realizados. Essa visão torna a idéia de pensamento positivo em uma neurose as avessas. Onde o indivíduo não faz o enfrentamento de seus medos e suas fraquezas, o que exige tempo, dedicação, disciplina. Contrário a isso, leva o indivíduo a pensar que basta, num curto espaço de tempo, convencer-se da positividade de seus pensamentos, e tudo começará conspirar a seu favor.
A proposta do Cristo é mais trabalhosa, menos mágica e mais eficiente. Pelo fato de não sugerir o autoconvencimento, mas o autoconhecimento. Como somos seres interativos, saber quem somos depende também conhecer o mundo ao qual pertencemos. É exatamente nessa busca que será erguido o edifício da fé pelo próprio indivíduo à medida que identifica e supera cada uma das causas de suas inquietações. Adquirindo consequentemente autoconfiança, e principalmente consciência de suas limitações. O que traduzido em bom senso, impede que o indivíduo nutra desejos (projetos) que estejam além de suas possibilidades e merecimento, diminuindo assim as chances de frustrações.
O filme “Quem somos nós” chega a passar a idéia de materialista, quando sugere que chegaremos ao ponto de não precisarmos de Deus e das religiões para explicar a vida. O fato é que de posse de tamanho potencial evolutivo o homem se sentirá integrado ao cosmo, e conseqüentemente participante da essência divina. Não precisará de guias, pois trará em si as respostas existenciais.
Situação esta que nos remete a outra fala de Jesus que demonstra já ter alcançado este estágio de evolução e integração com o cosmo e com Deus, quando disse: “Eu vim do Pai e ao Pai retornarei, Eu e o Pai somos Um”. Da mesma forma que afirmou “vós sois deuses, sede perfeito como vosso Pai é perfeito”. O apóstolo Paulo em sua carta aos efésios também afirma que todos alcançaríamos a estatura espiritual de Jesus Cristo. Eistein preconizou que a religião do futuro seria a religião cósmica, além de ser o precursor da física quântica que ainda em estágio embrionário já permite que cientistas menos vaidosos vislumbrem este portal espiritual que destruirá de vez, todo vestígio de materialismo.
A relação projeto/desejo é porque nossos projetos são feitos em função da realização de nossos desejos, que são expressão de nossos instintos egoísticos. E, portanto, voltados para nossa autorealização, e esse comportamento somente será alterado quando descobrirmos o outro, e, o outro se tornar o nosso projeto de vida, substituindo egoísmo por altruísmo. “O ser para si e para os outros”(Heiddeger).
A proposta original foi assinalada por Jesus Cristo e outros sábios da antiguidade. Jesus nos advertiu de que quando tivéssemos a fé do tamanho de uma semente de mostarda seriamos capazes de transpor montanhas. A propósito, o que é a fé senão a positividade do pensamento e dos sentimentos, que dá ao ser a certeza de estar fazendo o seu melhor possível e que o retorno será o merecido, segundo a ordem natural das coisas, ou seja, a lei de causa e efeito.
O que distingue os dois casos e caracteriza “O segredo” como um equívoco é que ele confunde pensamento positivo com autoconvencimento. Ora o que caracteriza as neuroses é exatamente o autoconvencimento do indivíduo de que ele é inferior aos outros, de que é incapaz de superar obstáculos, que sua vida não tem sentido, que não é amado por ninguém, que os seus projetos (desejos) nunca serão realizados. Essa visão torna a idéia de pensamento positivo em uma neurose as avessas. Onde o indivíduo não faz o enfrentamento de seus medos e suas fraquezas, o que exige tempo, dedicação, disciplina. Contrário a isso, leva o indivíduo a pensar que basta, num curto espaço de tempo, convencer-se da positividade de seus pensamentos, e tudo começará conspirar a seu favor.
A proposta do Cristo é mais trabalhosa, menos mágica e mais eficiente. Pelo fato de não sugerir o autoconvencimento, mas o autoconhecimento. Como somos seres interativos, saber quem somos depende também conhecer o mundo ao qual pertencemos. É exatamente nessa busca que será erguido o edifício da fé pelo próprio indivíduo à medida que identifica e supera cada uma das causas de suas inquietações. Adquirindo consequentemente autoconfiança, e principalmente consciência de suas limitações. O que traduzido em bom senso, impede que o indivíduo nutra desejos (projetos) que estejam além de suas possibilidades e merecimento, diminuindo assim as chances de frustrações.
O filme “Quem somos nós” chega a passar a idéia de materialista, quando sugere que chegaremos ao ponto de não precisarmos de Deus e das religiões para explicar a vida. O fato é que de posse de tamanho potencial evolutivo o homem se sentirá integrado ao cosmo, e conseqüentemente participante da essência divina. Não precisará de guias, pois trará em si as respostas existenciais.
Situação esta que nos remete a outra fala de Jesus que demonstra já ter alcançado este estágio de evolução e integração com o cosmo e com Deus, quando disse: “Eu vim do Pai e ao Pai retornarei, Eu e o Pai somos Um”. Da mesma forma que afirmou “vós sois deuses, sede perfeito como vosso Pai é perfeito”. O apóstolo Paulo em sua carta aos efésios também afirma que todos alcançaríamos a estatura espiritual de Jesus Cristo. Eistein preconizou que a religião do futuro seria a religião cósmica, além de ser o precursor da física quântica que ainda em estágio embrionário já permite que cientistas menos vaidosos vislumbrem este portal espiritual que destruirá de vez, todo vestígio de materialismo.
A relação projeto/desejo é porque nossos projetos são feitos em função da realização de nossos desejos, que são expressão de nossos instintos egoísticos. E, portanto, voltados para nossa autorealização, e esse comportamento somente será alterado quando descobrirmos o outro, e, o outro se tornar o nosso projeto de vida, substituindo egoísmo por altruísmo. “O ser para si e para os outros”(Heiddeger).
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